NA SELVA DO CAPITALISMO
Cada vez mais
temos que cumprir metas,
temos que competir todos contra todos
por uma chance, por uma vaga.
No sistema capitalista, é assim.
Somos somente números,
e todos os dias,
cada um,
tem que multiplicar por mil,
mas todas vezes que vamos descansar a cabeça
levamos uma tremenda frustração para o travesseiro,
principalmente quando a conta não fecha!
Quantos mais dígitos, melhor,
para quem tem poder de cobrar, de botar o preço,
se pudesse nos cobraria até pela chuva, pelo sol!
Para, porém, quem tem que comprar
seja pela agressiva propaganda;
pela precipitação;
pela carência em ser notada
por aquelas que nem se importa;
pela vaidade ou necessidade,
resta empenhorar um ano ou mais da sua vida,
já que tempo é dinheiro.
Então o ato de nos roubar
o bem mais precioso
que temos,
chama-se: juros?
Ter planos de futuros?
Investir numa reserva de emergência,
no bem-estar,
numa boa alimentação
ou na saúde?
Como,
se todo o nosso salário
já tem donos por uns três anos?
Não tem como esquecer disso,
pois, as faturas, os boletos
mensalmente chegam em nossa casa.
Quando, enfim, conseguirmos nos livrar
de um dos senhores do nosso suor,
respirar um pouco a mais,
voltamos de novo ao ciclo do consumismo,
e os créditos digitais que nos dão,
só nos fazem perder a noção
de quanto realmente deveremos!
Sempre estamos sufocados,
perdendo a paz,
suicidando-se aos poucos,
com a corda no pescoço,
por isso!
Fazer o quê?
É assim mesmo.
A vida é curta,
tudo tem que ser imediato,
para agora,
ainda que, por essa pressa,
soermos, paguemos
dez vezes a mais
do preço justo do objeto!
- Wagner Martins
5 de junho/2022

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