CASINHA FECHADA, Wagner Martins (Poesia


CASINHA FECHADA

O salário dos verdadeiros
É a solidão,
o cartaz dos sábios
é o silêncio no turbilhão,
a companhia dos maduros
é a sensação de que quase tudo
é passageiro, é inútil,
a sensação da falta de alegria
provida das ilusões
que faz companhia a multidão!...

Ah, como queria ser
Primeiro ancião, depois sábio:
Só assim seria
breve o tempo
De me queixar dos erros,
Só assim seria
curto o caminho do martírio
Do cansaço infinito!

Juro que meu sorriso
É fruto da minha loucura,
Não duvidem disso.
As minhas poucas palavras
São as que restaram dos ataques das decepções
Vindas daqueles que nem se lembram
Do que fizeram!

Sou uma casinha fechada...
Infelizmente, as pessoas disso não notam,
Procuram conhece-la, e se encantam
Só com a parte de fora,
Porém eu estou dentro dela,
E as encantadas me ignora!...

Contudo, apesar do caos
Que as pessoas fizeram do mundo:
Tento prosseguir sobre o vale
Da depressão, do antissocial,
Da desconfiança, do pessimismo,
Ir de encontro a luz do Senhor,
Procurando consolo no livro antigo,
no livro vivo!...

- Wagner Martins

quinta-feira, 26 de dezembro de 2018

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