MINHA ERVA, Wagner Martins


 MINHA ERVA


Às vezes,

distraído,

me pego

pensando

nela!


Sinto

nesse momento

uma suave leveza,

como se

tudo que está

perto de mim,

ficasse

lá longe,

e o meu mundo interno,

inteiramente,

ficasse

resumido a uma só imagem:

Ela!…


Sensação

tão maravilhosa é essa

que a

comparo com

a que

inspirou

o primeiro poema de amor

recitado pelo poeta tão apaixonado,

para a existência, a formosura,

verdadeiramente, para sua outra metade, a mulher!

Recitado com uma erupção de pura emoção e verdade,

no palco do paraíso terrestre,

num Jardim do Éden:


Esta é agora osso dos meus ossos,

e carne da minha carne…


Nessas horas,

sai da minha boca

um sorriso,

numa delicadeza

igual ao decolar

da borboleta!

Esse gesto

profundamente singelo

é mais uma

das minhas muitas maneiras

de acariciá-la

com a brisa quente da ternura

vinda do meu peito;

é minha mais espontânea declaração,

dizendo para ela

que a amo

com toda força da alma,

sem pronunciar

uma só palavra!


De Wagner Martins para a Erva do meu jardim, Ana Maria.


22 de maio/2022


 

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