SEM PESCAR ESTRELAS
Que castigo é ser poeta,
Que castigo é ser poeta...
Quando coloro o horizonte
e a massa a ele vira as costas,
Quando me doo embrulhado no papel
onde a massa escarra!
Que castigo é ser poeta,
Que castigo é ser poeta...
Quando sonho, me alegro,
e desengano sozinho...
quando sofro, amo, odeio sozinho...
Quando explodo em constelação
E a massa não aprecia o espetáculo...
Isso é tão... solitário!
Que castigo é ser poeta,
Que castigo é ser poeta...
Quando presenteio
Os meus mais lindos pensamentos,
Os meus mais puros sentimentos,
E os idiotas que recebem
Só aprecia os enfeites da caixa,
Nem a abrem, e logo descarta!
Que castigo é ser poeta,
Que castigo é ser poeta...
Se possível fosse
Trocaria esse fardo:
Pelo humor que faz achar graça
Nas desgraças da vida...
Trocaria esse fardo
Pela bendita ignorância
De sofrer sem sentir,
De passar sem estar,
De ignorar sem me culpar,
De ser seco sem me incomodar,
De olhar o céu até nublado
sem pescar estrelas!
- Wagner Martins
21 de abril de 2018
Nenhum comentário:
Postar um comentário