ELA FALANDO CONSIGO MESMA
Daqui
no meu quarto fico na janela só para tomar um pouco de ar fresco, já fiz minhas
sobrancelhas, e já mexi no cabelo, então aproveito e deixo minhas unhas
pintadas para secar, (a vaidade é uma máscara pesada a usar, e é inimiga do tempo,
o tempo é zombador dos nossos reflexos
no espelho, e amigo das fotografias!) as plantas me camufla, ou seja,
ninguém me ver, já eu... digamos que não digo o mesmo, infelizmente... mas
quanto mais eu observo essa gente, mais prefiro está sozinha, sinto um profundo
desprezo por eles: veja, só faltam rincharem para se tornarem de uma vez burros,
jumentos, por volta e meia os engravatados doma, e monta nessa espécie
indefinida:
Lá
vai, se arrastando no passinho da tartaruga, aquela barata descascada da
Zefinha, desperdiçou sua vida para criar suas crias, e agora, na velhice, és a
recompensa: a sua única companhia é um pedaço de pau, que servi como bengala...
ah, ela não é totalmente desprezada, graças a besteira dela, uma besta quadrada
com coração bobo de mãe, abre o retardado sorriso murcho, sem dentadura, só
porque os filhos vem visita-la... mas fazem isso uma vez por mês, depois somem,
porque será? Desconfio, mas só sei que quando Zefa ficar mais gagá, mais inválida
do que já está, hum, aposto que vão joga-la no asilo dos esquecidos, (é isso o
pago por todo o sacrifício, e ainda se orgulha de dizer que criou seus filhos
sozinha)!...
Olha
lá, olha, parece que Maria ganhou um fogão... (Quem? Quem será que sentirá
falta de algum objeto na sua cozinha?!) Mas ela está mais feliz do que pinto na
merda, coitada de Maria, nem nota que o que ganhou beneficiará só aos outros!
Essa daí é mais uma que lava, passa, e cozinha, contudo, vive feito uma flor
murcha, não comemora nenhuma data, não visita lugar nenhum, não recebe ao menos
um bom dia, nem dos filhos, muito menos do marido, (é... ser dona de casa é ser
escrava por pura, e espontânea submissão, por prato de comida e um teto, ou por
demência mesmo)!...
Seu Antônio, ah seu Antônio... aposto que vai para o bar
fazer fiado, com o bafo de cachaça como sempre, vai fali o dono, carrega em si
não só os sanguessugas da família, mas também aquele bigode de arame, é um nojo,
entrando na boca, o alisa e diz que é o seu charme... a alegria do homem pobre
é uma mulher fogosa; porém a mulher desse sujeito quando se casaram tomou um
banho de água fria, virou um gelo só, o miserável foi gozado pelo tempo!
Ás vezes, se esqueci do
castigo que é ter uma mulher como a sua, e se dana a falar da vida alheia,
bêbado tem a língua mais afiada!... (vai ser um prejuízo quando morrer se não
tiver aquela promoção 2 em 1, sabe, pois será um caixão para ele, e o outro
para sua língua nervosa!) eu até reconheço que isso é como terapia antes
depressiva, pois se esse amaldiçoado se apegar só na tristeza de ter uma mulher
feia, que não se arruma, uma bruxa, tão feia que até defuntos assusta, juntando
com as decepções que são os seus filhos... veria o meu vizinho sendo jugado
como suicida por aqueles demônios, abrutes da televisão, que vivem das desgraças
alheias, e os desgraçados alheios das suas desgraças ainda os assistem no
horário do almoço... (eu ainda não entendo o porquê, mais acho tão engraçado, e
tão complexo o entretenimento dos ignorantes!)
Para mim, seu Antônio só
iria pular na água estando no navio a naufragar!
Bem, já fiquei demais aqui, vou fecha a janela para que o
odor de merda que vem das bocas, das cabeças desse povo, não me faça passa mal,
oh monte de mente limitada, tudo que fala não servi para nada!
- Wagner Martins
terça-feira, 7 de agosto de
2017
Nenhum comentário:
Postar um comentário