AÇOUGUEIRO DO SER HUMANO, Wagner Martins (Poema)

Resultado de imagem para jardim destruido

AÇOUGUEIRO DO SER HUMANO

Carne de primeira!
Carne de primeira!
Assim dita,
E anuncia o insano açougueiro,
Ditador do “corpo perfeito”,
Quer que acreditemos
Que o nosso bem-estar
conosco mesmo, e com a vida,
resumido está
Em sermos submissos
A um padrão, a uma meta!
E se formos infiéis as suas regras;
não somos dignos
de sermos felizes,
não somos dignos
de nos sentimos belas!...

Carne de primeira!
Carne de primeira!
Ele como bem deseja,
nos classifica de forma
tão abominável:
pela nossa estatura,
pelo nosso tipo, e estilo de cabelo,
pelo nosso porte físico,
e até pelo nosso tom de pele...
se merecemos sorrir, ou não.
se merecemos sermos vistos
para não estragar o cartaz
que ostenta modelos de pessoas
que são ditosas da vida!

Carne de primeira!
Carne de primeira!
Vaidade excessiva
Para viver a desfrutar da vida?
Ou para passar por ela
Fazendo de tudo,
Só com um intuito
De turbinar a sua matéria,
Mas com interior oco de tesouros sentimentais
Do baú das lembranças ricas, e vividas?
E assim quer que seguirmos carnalmente:
A despertar atração no próximo,
E gozar momentos de prazeres...
Que esses podem serem até intensos,
Mas não servem para cultivarmos duráveis,
E verdadeiros sentimentos:
Contudo, são como todo furacão
Que passa feroz,
E vai estragando
o seu futuro jardim,
o qual não haverá tantas cores
na variedade de suas flores,
para colhermos na nossa velhice!...

- Wagner Martins


domingo, 4 de setembro de 2016

Nenhum comentário:

Postar um comentário