CULPADA, Wagner Martins (Poema)



CULPADA

Julgo a ré culpada:
Por sossegar a erupção
No meu peito da grande fúria,
grande solidão,
da grande angústia,
grande desilusão,
no calor do seu abraço,
no calor dos seus carinhos!...

Julgo a ré culpada:
Por meu andar distraído,
Por meu olhar perdido nas estrelas,
Por meus sorrisos viverem voando,
Por meu rastro de alegria
que vivo deixando do motivo pistas,
pois fielmente os meus passos
vão ao seu destino,
ao meu porto-seguro!...

Julgo a ré culpada:
de me manter em cativeiro
por seu jeito de bambina,
de me manter as suas loucuras omisso
por sua maneira tão doce
em ser tão malvada!...

- Wagner Martins

10 de maio de 2018

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