NAS PALMAS DAS MÃOS
Estou confuso, muito confuso:
têm mãos que derramam sangue,
e outras que já escreveram cem sonetos
de amor!
mãos leves, prontas para acariciar,
tem as pesadas, só se movem
para machucar!
mãos lindas, delicadas nas luvas
que só vemos quando convém
aos donos delas,
também há aquelas ásperas
que são calejadas
em favorecer a quem os donos ama!
mãos que empurram a muitos
para os abismos tem muitas,
mas as que são estendidas
geralmente atrasam!
hajam mãos para nos apontar!
hajam mãos para nos entregar,
enganar, nos trair, até mesmo as nossas!
Mas que encontramos abertas
com traços já percorridos,
preparadas para nos orientar
só nas palmas das mãos paternas, e maternas!
E assim vou por entre o mar
de mãos confusas!
- Wagner Martins
Dedico essa humilde, e confusa poesia ao
inesquecível poeta Pablo Neruda, e seus Cem Sonetos de Amor.
28 de maio de 2018
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